segunda-feira, 31 de outubro de 2016













Série de Textos: Psicoterapias

Texto 4: 
Conhecendo algumas Abordagens de Psicoterapia – Parte I

As abordagens podem ser classificadas em três grandes grupos, a partir de seus entendimentos de mundo e de homem, o que resultará em demarcações de objetos próprios de trabalho e técnicas específicas dentro de cada grupo:

Grupo I: Estão as abordagens que centralizam a técnica no comportamento. Estabelecem aqui as abordagens de orientação Behaviorista, que têm como fundamento filosófico o neo-positivismo.

Grupo II: Pertencem as abordagens com foco sobre a experiência e sobre a existência, estabelecendo dois subgrupos: as abordagens Fenomenológico/Existenciais e as Humanistas. No primeiro temos a Análise Existencial, de Medard Boss e Ludwig Binswanger e a Psiquiatria Fenomenológica, de K. Jaspers, E. Minkowsky, J. H. Van den Berg e outros. No segundo subgrupo encontra-se a Psicoterapia Centrada no Cliente, de Carl R. Rogers; a Gestalt-Terapia, de Fritz Perls; a Psicoterapia Experiencial; de Eugene Gendlin e a Psicologia Transpessoal, de Abraham Maslow.

Grupo III: abordagens com enfoque sobre o inconsciente e sobre a linguagem – as Psicanalíticas: a Psicanálise freudiana e as resultantes de suas transformações e re-leituras, como as procedidas por Adler, Jung, H. H. Sullivan, Karen Horney, Melanie Klein, Jacques Lacan, etc.

Do grupo I, descreverei sobre as terapias de inspiração Behaviorista.


AS ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS

 Têm como meta a modificação de comportamentos. Para os Behavioristas, o homem é um organismo que se comporta, é um conjunto de ações determinadas ou forjadas pelas contingências ambientais, via reforçamento, punição, extinção, condicionamento, etc. Ele é fruto do seu meio, um ser passivo, um produto do mundo, governado e sujeito às mesmas leis que regem os demais fenômenos naturais; ele não é um ser à parte da natureza. Esse pensamento é a raiz dos trabalhos e pesquisas com pequenos animais nos laboratórios de Psicologia que, entendida, então, como Ciência Natural, pode utilizar os mesmos métodos de estudo que empregam a Física, a Química, a Biologia, etc. O objetivo de modificação dos comportamentos considerados inadaptados é alcançado através da mudança nas contingências externas, responsáveis pela manutenção dos mesmos.

Para o Behaviorismo, a queixa do cliente é o problema a ser trabalhado e o terapeuta deverá recrutar recursos técnicos para resolvê-lo, para eliminá-lo, via modificação do comportamento problemático. Podemos citar como exemplo o seguinte: o cliente estaria apresentando um comportamento depressivo e na terapia procuraria investigar e determinar as contingências de reforçamento que o estivessem mantendo, para tentar eliminá-las, extinguindo o comportamento em questão. Um outro comportamento, considerado apropriado àquela situação de estímulos que antes mantinha a depressão seria, então, instalado, reforçado, fortalecido.

As Abordagens Comportamentais podem ser indicadas e úteis para tratar praticamente todos os problemas de saúde e de comportamento de atuação do psiquiatra ou do psicoterapeuta, como:

- Fobias específicas;
- Agorafobia com ou sem pânico;
- Fobia social;
- Transtornos de ansiedade;
- Transtorno obsessivo-compulsivo;
- Disfunções sexuais: em especial ejaculação precoce e vaginismo;
- Dificuldade de relacionamento interpessoal;
- Reabilitação de doentes crônicos;
- Depressão;
- Transtornos alimentares;
- Problemas de comportamento na infância;
- Problemas de comportamento na adolescência;
- Abuso de dependência de álcool e drogas;
- Autoconhecimento.

No caso do autoconhecimento, o terapeuta auxilia o paciente a explicitar as variáveis que influenciam seu comportamento, podendo a partir disso, auxiliar a pessoa a modificar seu ambiente para que possam ocorrer mudanças no seu comportamento, ou seja, autocontrole.

Nos textos a seguir descreverei mais abordagens dos grupos citados.

Bom estudo!

Rodrigo Lupes
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta

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